- Ah... - eu ri nervoso - Nicholas.
       Demos um cumprimento com a mão.
- Umm.. o que você é da Demi? - indagou curioso.
- É... amigo! Somos muito próximos!
       Ele deu uma risada e continuou me encarando de uma forma amedrontadora.
- Amigos? - indagou com ironia erguendo uma sobrancelha. Assenti com a cabeça com certo nervosismo.
- Ah, tô zoando cara! - ele falou dando risada de mim e dando um tapa em minhas costas. Ri nervoso e com certeza ele percebeu.
- Oi... - a mulher loira sorriu para mim, eu idem.
       Ficamos conversando por algum tempo. A irmã de Demi era bastante calada, talvez por ver a irmã caçula naquela situação, mas proferia algumas palavras em alguns momentos. Fui embora uns trinta minutos depois de bater papo com eles que foram bastante legais comigo. O irmão de Demi, Zachary, era bastante sociável, já Dianna - mãe da Demi - era bastante simpática como Demi ás vezes era (maldade da minha parte, eu sei). Como havia dito, fui embora logo.





       Quando cheguei em casa, fui mexer no computador, entrei no Twitter e Facebook e não tinha nada de interessante. Depois estudei um pouco (raro) e quando terminei fui assistir TV, as notícias eram ruins, como sempre. Mudei de canal e no qual sintonizei passava um seriado de comédia que eu não conhecia. Ouvi Andrew chegar em casa, mas pra dizer a verdade eu nem tinha percebido que ele tinha saído... nem me preocupo tanto mais. Como sempre, ele se dirigiu para o quarto dele e se trancou lá, voltei minha atenção á televisão. Mais tarde recebi uma ligação da Katy me convidando para sairmos naquela noite, eu havia pensado no que ela e John haviam me dito e então topei. Ela disse que iriam só os dois e me pediu pra chamar Andrew. Lá vinha encrenca. Falar com meu irmão já tinha se tornado uma prova que eu dificilmente vencia. Pedi pra ela fazer isso por mim mas não tive saída...


- Andrew... - bati na porta do quarto dele - Andrew...
- O que você quer? - perguntou frio. Dei um suspiro profundo.
- É... a Katy me ligou nos chamando pra sair com ela e John essa noite.
- Agradeço o convite, mas não vou poder ir.
       Que novidade! Não falei mais nada, apenas saí de lá. Então pareci perder a sobriedade alguns segundos depois e virei-me voltando para o rumo de seu quarto.
- Andrew! - eu gritei seu nome e batia forte na porta - Andrew, caralho, eu sei que você tá me ouvindo. Abre!
       Uns dois minutos depois assisti a porta ser aberta devagar e fazendo um barulho irritante. Andrew me olhava com o cenho franzido e mordia o lábio inferior, típico de quando ele estava irritado. Ele não falou nada.
- Bem... a Katy me ligou nos cham... - fui interrompido:
- Eu sei disso. Pára de enrolar e fala logo. - falou exaltado.
- Não. Eu não vou parar de - fiz aspas - te irritar. - Me ouça. Katy nos convidou pra sair. Eu pedi pra ela te ligar... porque eu sei que você não negaria o pedido dela nem mesmo com você sabendo que eu iria. Mas ela insistiu pra eu te chamar, e por respeito aos nossos amigos, não aceito que você não vá só porque estamos brigados, sabe-se lá por quais motivos. Então: se arruma, estamos indo agorinha.
       Pelo menos ele me escutou, eu acho. Fui banhar e me arrumar, não vou negar que não sou vaidoso, ás vezes demoro pra me arrumar mais do que mulher! Quando fiquei pronto, fui para a sala esperar meu irmão. Quinze minutos depois. Vinte minutos depois. Caralho, o que Andrew estava fazendo pra demorar tanto?


- Cadê você?! - bati forte na porta. Então ele abriu e vocês não vão acreditar: ele ainda não tinha se arrumado.
- Eu liguei pra Katy falando que não vai dar pra eu ir. - o encarei com uma cara de "seriously man?". Ele estava indiferente á situação. Empurrei a porta do quarto dele e entrei, Andrew só me olhou confuso.
- Eu vou ter que dar uma de mãe que faz pirraça. Putz. Detesto quando me sinto obrigado a fazer esse tipo de coisa! - falei alterado abrindo seu guarda-roupa e escolhendo o que achava que era devido.
       E peraí... as roupas deles eram separadas por cor eu estava pirando? Não, eu não estava, dei uma risada baixa e, as roupas também eram todas dobradas, o que facilitou para mim. Coloquei em sua cama o que eu havia escolhido e sentei na cadeira de seu computador.
- Eu não saio daqui enquanto você não se arrumar. - ele riu de mim e pigarreou.
- Maninho, eu acho que você só vai sair daqui porque vou te expulsar. Sai.
- Andrew, eu não tô brincando.
- E você acha que eu estou? - ele disso sorrindo de canto - Sério, essa cena foi engraçada. Mas... sai.
- Andrew, chega disso! - falei me levantando da cadeira - Cara, nós somos irmãos, desde a barriga da nossa mãe: sempre estivemos juntos! Por que toda essa birra? Só temos um ao outro e você sabe muito bem disso, mas finge não ver! Não mais, aí vem o porquê... Por que?! Por causa de uma mulher que, - soltei um suspiro pesado e falei com a voz rouca - que está numa UTI em estado de coma? E que os médicos não sabem ao menos se ela vai sobreviver?! É por causa disso? Isso é porque a causa de tudo isso você julga ser minha? Me diz o que foi que eu fiz de errado? Eu... - senti meus olhos marejarem - eu só tenho você, irmão. Só você. Eles não mais. E eu sei que isso dói em você da mesma forma como dói em mim, eu sei que você entende a minha dor e eu sei que você também só tem a mim. Além disso, só temos dois tios pouco próximos e uma família de pessoas falsas e interesseiras que se acham donos do dinheiro do nosso pai, mas não dão a mínima para nós dois. São somente eu, você e todo esse dinheiro, infelizmente. Por que tudo isso? Devíamos estar sempre unidos!
- Terminou? - perguntou com a voz embargada e o vi de cabeça baixa, mas logo ergueu olhando para mim com os olhos marejados. - Agora deixa eu falar: e você? Por que usa uma máscara? Desde há quase três anos atrás depois que perdemos nossos pais você se tornou uma pessoa irreconhecível. Egocêntrico, indiferente, que gosta de usar as mulheres e depois jogá-las fora como se fossem lixo. Arrogante, prepotente, cínico, crítico. - ele cuspia as palavras e parecia sentir nojo daquilo que falava. Doía, mas ignorei esse sentimento. - Se eu for falar mais, acho que vamos madrugar aqui nesse quarto. A Demi, eu vou te responder sobre a sua opinião por eu me preocupar tanto com ela. Eu... - ele sorriu tristonho - eu vejo nossa mãe nela. Sorridente, carinhosa, sensível, cuidadosa... Mas e você? Como você a vê? Como um objeto, não é mesmo? Dela você quer o corpo, e o seu interesse nela é devido ao jeito resistente dela, assim como a nossa mãe. Você se lembra quando ela agia dessa forma?
       Eu abri a boca e busquei por palavras.
- Eu sei que você lembra. Quando ela queria ser entendida e amada, ela agia dessa forma. Ela queria que você conquistasse a confiança dela pra assim poder abrir o coração e discutir sobre os sentimentos dela. É isso que a Demi queria de você quando agia de modo resistente ás suas provocações. Mas você nunca percebeu, né? Acatou essa atitude como um modo de chamar a atenção de homens canalhas feito você, que amam uma dificuldade. Sabe, eu acho que é você que tem que repensar as suas atitudes antes de vir julgar as minhas. As minhas atitudes correspondem as suas, e enquanto você não se esforçar pra mudar - ele fechou os olhos por um momento e logo me encarou - ou pra voltar a ser quem você exatamente era, eu vou continuar te tratando da mesma forma a qual você trata as mulheres com quais fica. E isso é ruim, né? É pra você sentir na pele o que as iludidas por você sentem quando não são tratadas com o devido valor que mereciam. Agora... sai daqui Nicholas, por favor.
       Não protestei, apenas obedeci o seu pedido e saí.
       Fui para o restaurante onde esperei por Katy e John. Eles chegaram depois de mim e ficamos quase duas horas conversando e rindo Não falaram sobre o meu irmão, ainda bem. Não queria que aquele turbilhão de emoções viessem á tona tão repentinamente assim como aconteceu lá em casa quando Andrew soltou os cachorros. Não vou negar, machucou, machucou mesmo. Mas fingi que não liguei, logo depois da discussão de relacionamento joguei todos os sentimentos ruins na lixeira. Era isso que eu sempre fazia, então porque se dar ao trabalho de aceitá-los e entendê-los? Doía... e eu não queria sofrer novamente tudo o que eu havia sofrido há quase três anos atrás.





OBS: Vou sempre responder aos comentários por aqui, pois acho melhor assim. :)

~~> Respondendo aos comentários do capítulo anterior:

Anônimo: que bom que está bem! Eu tô dibas. Amo seus comentários! São A+, sério! A próxima fic vai ser Nemi, e sou suspeita pra falar, mas, acho que vai ser uma história bem bacana, haha. Volte sempre!


Kamilla: obrigada por informar que está acompanhando! Haha, pensei que tinha parado de ler...


Emma: obrigada pelo selinho! <3

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o capitulo , vc sempre se superando a cada capitulo ..

Anônimo disse...

Obs: Sou a anonima q comentou no capitulo anterior o "hey you!".
Pode me chamar de Cami ok?
Eu adoro fanfic e principalmente Nemi, a sua está mais q perfeita, serio!
Vou tentar comentar sempre, mas as minhas aulas começam semana q vem e ainda tenho de comprar os materiais.
Bjs
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