NICK ON
       Os dias se passaram lentamente... Pelo menos para mim. Sem Demi indo a faculdade meus dias se tornaram monótonos, não poder provocá-la, rir dela quando eu percebia que sentia ciúmes de mim com outra mulher, sentir ciúmes dela por causa do Taylor ou o meu irmão... ficou sem graça, apenas. Parece bobeira falar assim sabendo da situação em que Demi se encontra, mas juro que é como me sinto. Ficava com Kim algumas vezes, mas nada mais sério. Eu e Andrew nos afastamos, pode parecer impossível os dois morando juntos, né? Mero engano. Ele passou a me ignorar, se estressar fácil com qualquer pergunta que eu fazia a ele, e isso me fez desistir de tentar conversar de verdade. Não estava a fim de perder a paciência.
       Quanto ao caso de Demi, Avril conseguiu contato com a prima dela e a mesma viajou até Londres para visitá-la. Quando a vi... que genética boa era aquela? A garota era linda, não tanto quanto Demi. Camilla causava um efeito em mim, que me fazia perguntar que feitiço ela e Demi usavam, pois a sensação arrebatadora que senti por ela á primeira vista foi a mesma que tive por Demi no primeiro dia de aula. Descobri que Demi tem irmãos gêmeos, um garoto e uma garota, ela era a caçula. Pensei comigo mesmo que, se a prima era como era, não poderia ver a irmã de jeito nenhum! Eu enlouqueceria, se não já estava enlouquecendo... Eu via Demi em Camilla, não sei se isso era sorte ou não, mas ela não ligou muito pra mim, talvez por ficar encarando-na feito idiota. Quando digo que ela e Demi são semelhantes, é porque são! Uma prova para isto é o fato de que ela notava como eu ficava quando ela estava perto de mim mas fingia não notar, e quando dirigia alguma palavra a mim, me tratava como se eu fosse um empregado dela. Aquilo estava me atiçando de uma forma ridícula, eu queria agarrá-la toda vez que me tratava com indiferença. Mas era apenas "abstinência Demi", quero dizer, não poder falar com Demi pela situação em que a mesma se encontrava me fazia desejar a sua prima cuja personalidade era muito parecida á dela, e que me fazia falta de fato. Mas falando sério agora, Camilla passou uma semana aqui, acompanhava a prima direitinho, sempre conversava com os médicos, e acredita que teve a ideia genial de querer que Demi fosse transportada para Madri? Disse que só esperaria a tia chegar aqui para conversar sobre o assunto, mesmo os médicos a informando que aquela não era uma boa ideia... e não era mesmo!




- Hoje á tarde você vai no hospital? - Katy me perguntou enquanto guardava algumas folhas em seu fichário.
- Hm... sim.
       John se meteu na conversa de repente:
- Nicholas, você não acha que tá exagerando?
- Como assim? - indaguei surpreso.
- Tipo, a Demi tá desacordada numa cama de hospital, você disse que a prima dela vai matar aula por quase três semanas pra não deixá-la sozinha, algo que é certo, porque ela é parente, mas você não é.
       Fiquei um pouco irritado com aquilo, poderia ser mesmo que eu estava querendo cuidar demais. Mas a vida é minha e eu faço o que eu quiser.
- E? - indaguei indiferente.
- Eu concordo com o John, Nick. Você tem que se divertir, sair, refrescar a cabeça um pouco... - ouvi Katy dizer com calma.
- Você só pode tá se sentindo culpado, não sei pelo quê... parece que tem um relacionamento com ela. Vocês já ficaram? - John dirigia as palavras diretas olhando em meus olhos, não consegui encará-lo e desviei o olhar, ele logo confirmou com uma risadinha:
- É, ficaram.
       Katy ficou boquiaberta e me olhou tipo "isso é verdade?". Dei uma risada nervosa.
- Ah, nada a ver com o fato.
- Me conta. Agora. - mulheres... revirei os olhos.
- Katy, eu não sou sua amiguinha pra contar "babados" - fiz aspas com os dedos - que acontecem na minha vida. Sai dessa.
       John pareceu se irritar com o que eu disse. Defendendo a namoradinha... é, namorada mesmo:
- Sai dessa você, brother! Você tá se privando de viver por causa de uma garota que nem tem ideia de quem é você, enquanto estiver naquela situação é claro. Espera-se! Quer saber? - levantou-se da cadeira e colocou a mochila nas costas - Essa conversa não vai nos levar a nada, eu vou embora. Tchau. Vamos Katy?
       Ela assentiu, deu um sorriso compreensivo para mim e saindo de mãos dadas com o namorado. Soltei um suspiro profundo. Rotina cruel. Eu estava indo em direção ao meu carro quando fui interditado por Kim:
- Nick... você pode me dar uma carona? - ela pediu com um sorriso doce.
- Claro!
       Desde que Demi esteve no hospital, tenho voltado para casa sozinho, já que Andrew me evitava e parou de ir comigo como era acostumado a fazer ás vezes. Eu não quis puxar assunto com Kim, ela pareceu não se importar e fez:
- A sua amiga está melhorando?
- Não melhorou, nem piorou. - respondi prático. Ela apenas ergueu as sobrancelhas. Acabou que o silêncio dominou. Quando a deixei em casa ela quis dar um selinho de despedida, mas eu desviei, sorri com os lábios e dei um beijo em sua bochecha. Ela sorriu em falso e agradeceu a carona.




Á tarde, me arrumei e fui para o hospital. Você pode se perguntar se eu sendo um estudante de medicina, deveria ficar em casa estudando feito condenado. Mas isso não acontece se tratando de minha pessoa, sempre tive facilidade para lidar com os estudos.




- Garoto, você não sai daqui? - Camilla resmungou quando me viu entrar no quarto de Demi.
- Por que isso te incomoda?
- Não me incomoda.
- Então porque reclamou? - falei erguendo uma sobrancelha, ela revirou os olhos.
- Você é extremamente chato! Como a Demi te aguentava? Por favor!
       Mudei o foco do assunto de repente:
- Alguma boa notícia do médico sobre ela?
- Não... - respondeu soltando um suspiro cansado.
       Ambos ficamos sentados em silêncio por um longo período de tempo. Enfermeiras entravam a todo momento para ver como Demi estava reagindo. Camilla saiu do quarto umas duas vezes pra atender aos telefonemas que recebia, ela me contou que a mãe de Demi chegaria em Londres naquela tarde e então ela iria embora pra Madri no final de semana.
- De qualquer forma, foi bom te conhecer. - falei sorrindo, ela deu risada.
- Você acha? Eu sinto o oposto em relação á você.
- Sempre gostando de estragar o momento em que supostamente nos damos bem.
       Trocamos sorrisos tímidos e de repente, senti nossos lábios selados, eu quase aprofundei o beijo, mas ela parou.
- Isso não é certo. - disse mordendo o lábio sem olhar para mim.
- Realmente... - assenti com nervosismo.
       Ouviu-se uma batida na porta e a pessoa a abriu devagar.
- Posso entrar?
       Puta que pariu. Então aquela era a mãe da Demi? Eu piscava os olhos meio que surpreso, não consegui tirar os olhos dela, a filha teve pra quem puxar tanta beleza.
- Oi, tia! - Camilla levantou-se indo abraçar a mulher loira. Levantei por educação e fiquei de cabeça baixa. A porta então abriu-se novamente, dois jovens de no mínimo 28 anos entraram.**

Putz, que mulher linda era aquela? Fiquei desnorteado. Me senti no paraíso rodeado por aquelas mulheres lindas. O cara era boa pinta... Irmão da Demi não preciso comentar, né. Eu fiquei de olho na irmã de Demi, claro. Eu parecia invisível para eles mas tudo bem.

- Penélope, Zachary... que saudade de vocês! - Camilla falou alto e os três deram um abraço triplo. A mãe de Demi olhava para a filha e pude notar lágrimas escorrerem pelos seus olhos, logo o homem moreno, alto e de barba estava atrás da mãe acariciando seus ombros e observando a irmã com tristeza no olhar. Penélope abraçava Camilla enquanto chorava observando Demi. Fiquei sem jeito com aquela situação. Quis sair do quarto e os deixar lá, pois afinal, era a família dela, e eu era apenas um intruso, não pratiquei o ato pensado por educação.
O irmão de Demi virou-se para mim repentinamente e perguntou simpático e me analisando:
- E quem é você?




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1 comentários:

Anônimo disse...

Posta logo!
Vc escreve muito bem, a sua fic é muito viciante serio, eu venho ver toda hora se vc postou.
Bjs

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