- Nossa... O que aconteceu com você my girl? - Katy perguntou preocupada.
- Ah... - joguei meu material sem cuidado na mesa e eu na cadeira. Ri ao me lembrar da resposta para a pergunta dela. Katy me analisava com desconfiança e abriu um sorrisinho maligno.
- O.K - deu uma gargalhada engraçada e eu retribui com um sorriso malicioso - hm... - colou os olhos no seu professor favorito - olha só que maravilha... logo na primeira aula... tô gostando desse começo de dia - referiu-se á escultura a nossa frente e não falou mais nada.
     A manhã foi suave assim como no dia anterior, eram somente módulos de introdução a medicina, ou seja, revendo os conteúdos que fazem parte da grade curricular do curso, relembrando tudo o que foi visto no Ensino Médio. Como uma aluna que tentava a segunda opção de curso, quero dizer, toda aquela história de que fiz curso de publicidade em Madri mas não curti e entrei de cabeça em outra opção totalmente distinta da minha primeira escolha, minha memória não está tão fresca. Mas o melhor de tudo isso é que arranjei um digníssimo professor que em dois dias já me amava (ironia), ele é do tipo que sempre arranja uma forma de tirar alguma palavra da minha boca sobre o que ele está explicando no momento. No primeiro dia de aula por exemplo, fui surpreendida por uma questão que eu não fazia a mínima ideia de qual era a resposta, sendo sincera, não sabia nem do que se tratava o tema de tal pergunta, o que de fato me deixou totalmente sem-graça na frente dos colegas, tive vontade de me jogar num poço e levar ele junto. O indíviduo se chama Luke, um quarentão de estatura alta, quilos bem distribuídos, de belíssimos pares de olhos castanhos, cabelos bagunçados e barba mal-feita. E se você por acaso tiver pensado num galã, se enganou, eu posso considerá-lo no mínimo... charmoso.
      Eu dei mais atenção aos meus pensamentos do que à aula. Notei que Nick não estava presente. Mas aí tem-se o questionamento: "Que diferença faz ele está na aula ou não? Demetria, se ligue, você nem o conhece, e tem 0000000000,1% de chance de uma noite de sexo se tornar algo mais algum dia, certo?", mas eu como uma pessoa que se agarra às esperanças, queria que aquela noite se tornasse algo mais algum dia sim. Acontece que eu não tenho a intenção de falar um "oi" pra ele, ou puxar assunto, e, você já entendeu o que eu quis dizer. Sou orgulhosa? Bobeira, sempre fui assim. Seriamente, não gosto de ficar atrás de homem, por mais que eu goste dele, quero dizer, não que eu espero que um cara que nem sabe meu nome venha me tratar como uma princesa ou dona do universo, nada disso. Sou o tipo de mulher que se gosta, é porque o cara é um amigo ou colega meu. Melhor amigo? Sem chance! Melhor amigo é como irmão pra mim, e vamos agir com sinceridade: se por acaso você tiver um irmão, desejaria beijá-lo? Que pergunta mais besta... a resposta é mais do que óbvia. E se você não tem um irmão, aceite a resposta de quem tem. Por fim, melhor amigo + eu + amor carnal: ERROR.
     Voltando à Nick, passaram-se as aulas como se fossem anos e, ele não foi e eu gostaria de saber o motivo, mas infelizmente tive que guardar essa dúvida para mim. Me lembrei de questionar Katy sobre ter me deixado feito uma pata choca na balada e, segundo ela, estava passando mal e blá blá. Acatei com desconfiança, custava mandar pelo menos um sms com duas simples palavrinhas: "Tô mal"? A malandra tinha créditos e até se falasse que os dedos estavam dormentes me fariam aceitar mais a sua desculpa, já que estava bem eufórica naquela manhã (oi, Brad?). Ela se recupera bem rápido... Mas eu estava muito satisfeita com aquela noite e fica por isso.
     Estava conhecendo Andrew, que é um cara muito legal. Ele é meio que nerd e geek, é um pouco impossível tentar descrevê-lo, sabe o tipo de pessoa que te faz sentir segura e alegre quando a tem por perto? Andrew. Nem acredito que é irmão de quem é. Nick e ele são opostos. Andrew me contou que não curte pegação e prefere ficar em casa ouvindo música e descobrindo coisas novas no computador do que ir pra uma balada, diferente do irmão que não teria necessidade conversar com ele pra saber, né? Risos. Chega Demetria. Andrew me chamou para ir a um museu científico nesse final de semana, e quer saber a verdade? Por que recusar? A forma como ele fala sobre esse tipo de assunto me deixou até curiosa.
     Taylor é um introsado. Acredita que mal me conhece e já faz provocações? Ele procura motivos pra mexer comigo! Me veio com uma cantada ridícula, e eu boba ainda caí: "Ei, você gosta de peixe?" "Sim" "Prazer, moleque-piranha". Piranha... piranha... Ele teve sorte por não ter ganhado um tapa na cara. Deve agradecer ao professor presente em sala de aula. Garoto detestável.
            

    Eram 16:00 da tarde quando fui acordada pelo telefone. Atendi sonolenta:
- Alô...
- Demi!!!!!!
- Tá louca mulher? - falei exaltada. Era a Camilla, Mrs. Exagero.
- Saudades também, querida. - disse friamente.
- Tá... Pode falar.
- Quero saber como você tá poxa... - fez uma voz manhosa.
- Tô legal primoca, e você?
- Ótima! Mal posso esperar pelas férias...
- O que vai ter nas férias?
- Vou te visitar!
- Hm... - me senti meio mal por não corresponder a animação dela, mas vamos ser claros: quem gostaria de ser acordado na soneca da tarde depois de uma manhã cansativa pra bater papo super a toa?
- Como tá na facul? - perguntou ríspida.
- Legal... Fiz amizade com umas garotas bacanas....
- Demetria.... - ai Deus.
- Diga.
- Não se faça de desentendida.
     Você deve estar se perguntando do que se trata, ou não. Mas eu já fiquei com uma garota. "Hã?!" "Wut". Só um beijo e nada mais, Camilla viu e me enche até hoje, ah, eu estava bebâda, mas como sou uma ótima atriz fiz minha prima pensar que eu que quis aquilo. Compreende?
- Não posso nem falar que são bacanas? Não significa que eu queira ficar com elas querida. Se isso te acalma os nervos, já fiquei com um garoto. - quis mudar o foco e ela cedeu. Amém.
- Conte-me mais.
- O nome dele é Nicholas, estuda comigo.
- Que fofo! Espero que você arrume um namorado aí, porque já faz um tempo, hein?
- Dá pra parar de posar de dona Dianna? Foi só uma noite.
- Que engraçada você... Demetria!
- Calma... não sou surda. - Você não tem conserto... Vou desligar.
- Nem me falou sobre você.... Ok.
     Nos despedimos e desliguei. Camilla estava estranha... muito estranha. Voltei a dormir e acordei só no dia seguinte.
     

     Cheguei cedo na faculdade. Como nenhuma das meninas tinha chegado, fiquei lendo um livro de romance.
- Ei - sussurrou e mordeu o lóbulo da minha orelha. Virei assustada.
- Ah... oi.. - disse envergonhada. Como não o vi chegar? Nick se sentou atrás de mim... ai Deus! Ele tinha feito mesmo aquilo?
- O que teve de interessante ontem? - como assim? Ele tava falando mesmo comigo? Ou melhor, perguntando aquilo pra mim? Ele percebeu minha distração. - Você tá bem?
- O que?! Ah... s-sim... - corei. Que raiva. Ele deu um sorriso de canto de fazer derreter e evaporar. - Hm. Não teve... Quero dizer, ah, não, não.
- Sim ou não? - perguntou erguendo uma sobrancelha.
- Não. - respondi firme.
     Ficamos em silêncio. Eu queria falar, mas não tive coragem. Que raiva de mim! Pra acabar com a graça, Taylor logo chegou. Bagunçou meu cabelo - uma forma dizer "bom dia". Quis que Nick demonstrasse-se enciumado com a intimidade entre "Daylor" (hahaha, achei legal essa combinação), mas óbvio que não ficou, eu acho... e tenho 99,99% de certeza de que é verdade, não sou otimista, não sou mesmo. Pra quê? Pra quebrar a cara depois e chorar lágrimas coloridas porque não deu certo? Me poupe. Taylor sentou-se ao meu lado. Pronto. Katy e Avril logo protestariam pela ocupação de seus respectivos lugares, mas pra ser sincera, até que não achei uma má ideia ter Nick pertinho de mim. Falando nas lindas, eis uma delas...
- Hey! - chamou Katy - qual é, framboesa? Dá pra se retirar?
- Ha ha ha, me dê um motivo convincente? - perguntou debochado. Eis estou eu desejando que ele não ceda o lugar pra ela por pensamento. Tá, Katy é uma amiga, mas poxa...
- Eu ser linda já não basta? - disse simplesmente e parou pra pensar - deixe-me ver... sou poderosa, a melhor, gostosa, legal, e até as garotas me querem. - falou com um tom de ironia.
- Hm... Linda e gostosa até pode ser... - Nick deu uma piscadela e Katy riu de canto. Nicholas, você quer apanhar? - mas... faltou algo... falta ser minha só por uma noite. - disse dando 'aquele' olhar para ela.
     Como é?! Engasguei com minha própria saliva depois dessa. Katy ergueu uma sobrancelha, tipo: "Pirou?", antes de dar um beliscão nele, seguido de um beijo na bochecha e sentar-se atrás dele, disse com uma voz sedutora:
- Não quero dar leite neném, mas sim ter leite.
     Taylor começou a rir, engasgou, mas não parou. Nick ficou com uma cara de bobo, tipo: "Se eu te pegar de jeito você muda de ideia loguinho", já eu, embora rindo, não gostei nada desse acontecimento épico.
- Anem... depois dessa eu levava ela pra cama e fazia gemer meu nome a noite inteira. - Taylor provocou, dei um tapa nele que o fez protestar. - ás vezes nem precisa ter justificativa pra querer fazer isso com alguém, né... - falou olhando pra mim de forma provocante, fiz cara de "aff".
- Pensa Demi... - continuou com uma voz sedutora - eu sei que você ia gostar, e eu sou capaz disso.
- Eu não vou deixar você fazer isso com minha amiga, tá louco? - Katy falou com uma cara de nojo - Ela ia se arrepender de estar viva depois disso.
     Olhei para Nick e ele pareceu indiferente ao assunto. Entristeci.
- Vou pensar no seu caso... - falei levantando-me e passando a mão na nuca dele de forma provocante. Fui em direção ao Andrew, que estava do outro lado da sala.

- E aí? - falei dando-lhe um beijo na bochecha.
- Oi... - disse dando um sorriso tímido. Fechou o livro que estava lendo e virou-se para mim, que sentava atrás dele no momento. - o que aconteceu?
     Tremi.
- Como? - indaguei surpresa.
- Você não tá bem...
- Ah - comecei a rir falso - nada haver.
- Tudo bem... mas se quiser falar algo, pode contar comigo, tá? - disse docemente e levantou-se para me dar um abraço. Pude sentir meus olhos molharem de emoção. Por que eu me encanto só por quem não dá a mínima pra mim? Percebi que Nick nos observava, mas virou o olhar quando nossos olhares se encontraram.
- Você é tão adorável... - sussurrei rindo para Andrew ainda o abraçando - eu poderia ficar assim por bastante tempo, é tão confortante...
     Nos separamos e ele me deu olhar indecifrável, abaixando a cabeça logo depois.
- Obrigada... o que tá lendo?
- O mesmo assunto de sempre. - Andrew riu.
- Sabe... eu queria ser assim que nem você. - eu disse.
- Como eu? - indagou surpreso.
- Sim. O tipo que tem um interesse supremo em alguma coisa, assunto... Não... "me encontrei" - fiz aspas - ainda. Você vai ser ótimo em qualquer ramo que fizer. Pretender fazer qual?
- Ah... eu adoro os conteúdos que abrangem a área de medicina, mas penso em fazer depois engenharia da computação ou design gráfico. Medicina é mais um sonho do meu pai do que meu.
- Então você não pretende concluir o curso? - perguntei entristecida.
- Não, não... Vou terminar sim, espero... - ele disse sorrindo.
- Olha quem chegou - me referi ao professor depositando seus materiais sobre a mesa - tenho que ir pro meu lugar.Dei um beijo na bochecha de Andrew e saí.
     Antes de me sentar na cadeira, Avril, que estava lá no fundo me chamou. Já peguei meus materiais, sabia que ficaria por um longo tempo....
- Você parece cansada! - disse ela.
- Dormi ontem a tarde inteira! - falei rindo. O silêncio pairou entre nós por alguns minutos.
- Que tal irmos numa livraria nesse final de semana? - Avril puxou assunto enquanto copiava algo que o professor passou no quadro.
- Você... numa livraria? - ri.
- Bater-papo... e eu gosto de ler. O que te faz achar que não? - ela riu também.
- Só...
- Peraí - me interrompeu - tenho o cabelo diferente, estilo ousado e jeito maluco. Isso é irrevelante, sabe...
      Ri um pouco. Observei que Nick nos olhava... e Andrew captou minha distração e piscou pra mim, o que me fez soltar um sorriso. Nick de repente deitou a cabeça na cadeira escondendo o rosto e Taylor deu um tapa nele. Suspirei.
- O que aconteceu, hein? Conheço esse suspiro. - Avril disse sem tirar os olhos de suas anotações.
- Você já se sentiu confusa e triste ao mesmo tempo por um motivo que talvez não mereça a sua atenção?
      Ela parou para me observar e pensou por algum tempo soltando um suspiro pesado depois.
- Pois é... - eu disse em um sussurro com a cabeça baixa.
- São coisas da vida... me desculpa mesmo por não saber o que falar pra tentar melhorar pra você... Tem que seguir em frente, vivendo, fazendo o possível pra mudar e esperando... - disse com uma voz de consolo.
- É que ás vezes parece tão difícil...
- Você quer deitar no meu colo? O professor não vai notar. - ela disse séria.
- Obrigada... obrigada mesmo. - agradeci abraçando-na e segurando o choro.
      Deitei minha cabeça em seu colo. Avril permaneceu copiando enquanto apertava uma de minhas mãos com a sua mão livre. Quis chorar. Por que? Não me pergunte. Viajei em pensamentos por um longo tempo (...)
      Tocou o último sinal antes do intervalo. Cochilei, é isso mesmo? Abri os olhos devagar.
- Ae, não preciso mais de um copo da água!
- Cala a boca Taylor! - Avril ordenou brava.
- Ui, deixei a bonequinha estressada. Ok. - falou em tom de deboche levantando as mãos querendo impedir sua culpa.
- Ai, me deixa garoto. Cara chato! Faz questão de sair lá da frente pra vir nos importunar! - eu disse. Taylor sorriu cínico sentando-se na cadeira próxima a mim.
- Avril, posso continuar aqui? - pedi docemente e ela assentiu com simpatia.
- Folgada, a Avril tem que sair pra trocar as peças inferiores que já devem estar encharcadas. Não percebe que ela só tá sendo simpática? Como sempre. - aquela voz era familiar.... Nick?! Ergui a cabeça e confirmei. Meu coração palpitou.
- Cala a boca garoto - eu disse exaltada.
- Sou teimoso. Tem que ser como criança, tem que vir calar...
- Então você quer um tapa na boca?! - me levantei o olhando furiosa.
- Só se der um beijo pra curar o machucado que ficar depois. - deu um sorrisinho.
- Ah, não sou enfermeira, bebê. A Katy tem mais jeito pra isso.
- Epa, isso foi ciúmes? - Taylor se meteu. O olhei com uma cara de "wut" e fechei a cara, ele fez o mesmo.
- Pera aí... e você Taylor, por acaso tá com ciúmes de a Demi talvez estar com ciúmes do Nick com a Katy? - Avril indagou e eu revirei os olhos. Nick me observava sem vergonha nenhuma. O encarei também.
- Que foi? Tá me achando bonito?
- Nossa! Tudo haver! Desde quando olhar significa que estamos achando alguém atraente?
- Se for assim, você me acha atraente, né Demizinha? - Taylor falou passando a mão na minha coxa, dei um tapa em sua mão e ele riu com malícia.
- What's up, guys?! - chegou Katy.
- Tava tudo bom até você chegar. - Katy olhou feio pra Nick, o ator da frase pronta.
- Admite que me quer e vê se me deixa em paz, garoto.
      Fiquei tristonha de novo com a 'briguinha' dos dois. Demi, pára. Vê se desencana! O sinal pro intervalo tocou depois de longos minutos de bate-boca besta entre Naty (Nick+Katy), ah, eles são perfeitos um pro outro. Deveriam casar! (drama)

      No intervalo sentamos eu, Katy e Avril juntas, logo Rihanna veio em nossa direção. Conversamos um pouco e depois fui ao banheiro.      
Lavei o rosto e me analisei no espelho por alguns segundos. Ai... Por que eu sou tão eu? Por que gosto tanto de me torturar? Soltei um suspiro profundo e saí, ao passar em frente a dispensa senti um puxão que me pegou totalmente desprevinida.
- Ei! - gritei com Nick, senti meu coração bater com desespero devido a proximidade de nossos corpos num cubículo como aquele lugar onde estávamos. - o que você quer?
      Ele tentou me beijar, mas desviei.
- Eu... quero você. - pude sentir calafrios.
- N-não. Você não me quer. - falei com a voz embargada.
- Por que você acha isso? - sussurrou em meus lábios e selou nossos lábios, não deixei prolongar.
- Por que você tá fazendo isso? - perguntei com voz de choro.
      Ele me olhou por alguns minutos, encarei-o um pouco, mas logo desviei de vergonha.
- Vam...mos ficar juntos? - perguntou-me acariciando-me a bochecha e olhando-me nos olhos.
- Como assim?
- Não entendeu?!
- Você...!
- Shhh - pôs o dedo indicador no meu lábio.
      Beijou-me o pescoço, subindo para os lábios, nossos lábios se encontraram e nossas lìnguas entraram em contato uma com a outra trocando carícias ousadas, experimentei tudo o que pude, sua boca quente na minha me deixava fraca. Senti Nick chocar meu corpo com o seu, me causando um arrepio bom. Depois de longos minutos, o sinal (infelizmente) tocou, trocamos selinhos longos. Dei um beijo em sua bochecha como tchau, mesmo sabendo que dali a pouco iríamos nos ver novamente.

- Onde você tava?! - Avril gritou correndo em minha direção e me abraçando - até os meninos estavam te procurando! Você tá suando frio e tremendo, tá passando mal? - disse colocando as costas de sua mão em minha testa.
- Encontrou! - Rihanna e Katy vieram e me deram um abraço duplo. - o que aconteceu? Tá louca? - perguntaram juntas e desesperadas.
- Gente...
- Onde você tava? - Katy me interrompeu.
- Gente!!!! - elas se calaram - me deixem falar, por favor.... Eu tô bem.
      Elas deram um suspiro de alívio. Katy e Rihanna me deram lição de moral, beijaram minha bochecha e sairam juntas. Avril ficou comigo, me acompanhando devagar. Quando de repente o Nick sai de onde nós estávamos, depois de tanto tempo fazendo não sei o quê. Ai, já que ouço.
- Nicholas? Você também sumi... - Avril pausou e olhou pra nós dois desconfiada.
- O que foi? - Nick indagou. Avril apontou o dedo pra nós dois, um de cada vez. Fiz cara de quem não fez nada.
- Tá bom! Entendi! - falou cantando, riu e saiu. Quando ela não estava mais em nossa vista Nick tentou me beijar, desviei.
- Nem vem! - resmunguei e cruzei os braços.
- O que eu fiz? - perguntou com inocência.
- Nada! Você não fez nada! - falei sarcástica e saí andando, ele me seguiu.
- Pára de drama. - falou um pouco alterado e eu o ignorei.
- O que que os dois estão fazendo aqui fora?! - um professor nos parou.
- Eu já estou indo professor. Desculpa. - Nick passou por mim e me deixou sozinha. Acredita? - e a senhorita?
- Já vou. - sorri amarelo.
      Quando entrei na sala Nick me olhou disfarçado mas não deu muita bola. Fui em direção á Avril e ele segurou meu braço e me olhou manhoso:
- Senta aqui. - não consegui não sorrir e negar.
- Não vai ficar aqui? - Avril fez um biquinho quando me viu pegar os materiais.
- Depois fico aqui contigo. - falei docemente e ela riu de mim já sabendo o porquê de eu sair.
- Vai fazer o que hoje a tarde? - Nick me perguntou enquanto eu me organizava na cadeira.
- Acho que dormir. Por que?
- Dormir? Você não estuda?!
- Você estuda?!
- Claro! - respondeu como se fosse óbvio.
- Ha ha, próxima piada.
- Você duvida?
- A-ham. - respondi rindo.
- Então tá.
- Me explica sobre vitaminas então. - o desafiei.
- Mas nem começamos a ver esse assunto ainda!
- Ah, gelou....
- Boba - riu.
- Vai lá pra casa hoje a tarde. - ele me chamou.
- Hm... tudo bem.
- Vou te passar o endereço....
- Não precisa, o Andrew já me passou.
      Nick me analisou.
- Que foi? - indaguei.
- Nada. - respondeu frio.
- Ah, você tá com ciúmes de mim com o seu irmão? Me poupe. O que uma noite não faz...
      Ele riu.
- Você vai que horas?
- Que horas você quer que eu vá?
- É assim? - ele riu - Então... ás 15:00 quero você lá na porta.
- Ok senhor. - fiz postura. Rimos.
       3 horas depois
- Oi!
- Você vai pra um baile funk... ou? - ergui a sobrancelha e lhe dei um selinho.
- Demi, meu irmão tá aqui.
- O seu irmão é meu amigo.
- E-d-a-í?
- Você não é meu pai. Nem meu namorado.
- É esse o problema? Então estamos namorando.
- Você é assim com todas as suas ficantes? Detesto homem possessivo.
-Nic... - Andrew me olhou de cima embaixo - o-oi Demi.
- Oi! - disse sorrindo, fui em sua direção e o abracei.
- O que você queria Andrew? - Nick perguntou sério.
- Ahn... esqueci. Quando eu lembrar, falo. - ele saiu me olhando de canto.
- Sabe agora sobre o que eu tava falando?
- Ah, besteira.
- Tá...
      Fomos pra uma sala de jogos. A casa deles era do tamanho do meu AP, razoavelmente grande. Ficamos conversando por longos minutos. Fiquei indignada com a cena de ciúme do Nick por causa do meu short curto e minha blusa justa com pouco decote que modela minha cintura. Meu pai nunca reclamou, ele tá achando o que se estamos oficialmente ficando desde hoje? Exagerado... Gostei dele falar que estávamos namorando, mesmo não sendo verdade. Ele vai ser um namorado que vai dar trabalho... mas vou domar, comigo é diferente. Será que vamos namorar? Ah, que seja.

- Fome? - bati de frente com Andrew quando fui na cozinha.
- Um pouco... mas só quero um copo de água.
- Pode deixar que eu pego pra você.
- Que gentil da sua parte. - sorri e ele retribuiu tímido.
- Você e Nick estão...
- Num rolo. - falei logo enquanto bebi um gole de água.
- Hm.
      Terminei de beber e coloquei o copo na pia.
- Obrigada. O que... você tá fazendo?
- Fuçando no computador. Meio que formatando.
- Hm... legal. Você podia me ensinar depois. - pedi rindo.
- Ah, não é tão fácil assim.... Leva algum tempo de prática. Mas por que não? - sorriu.
- O Nick daqui a pouco vem me procurar, então tô indo. - falei e ele assentiu.
    
O papo estava bom lá, hein?
- Nicholas, você estava me curiando? Sua mãe não te ensinou que isso é feio, não?
- Não ouvi muita coisa. Só até a parte que você pediu pro Andrew te ensinar algo haver com o mundo geek dele.
- Vulgo, 89% da conversa. Chato.
- Eu? - riu sarcástico.
- Se eu te der um beijo você me perdoa? - perguntei manhosa.
- Vem aqui.
      Nick me envolveu em seus braços e eu me senti tão segura com aquele abraço, senti meu coração estivesse completo, um sentimento bom que eu só senti uma única vez com o meu primeiro e único namorado, eu tinha só 16 anos, e ele 15.
      Eu sempre tive queda por garotos mais novos. Haha. Nick que o diga. Ele é um pouco menos de um mês mais novo que eu. Maioria dos garotos com os quais já fiquei eram mais novos do que eu, um ou dois anos.
- Tá pensando no que ou em quem?
- Em alguém....
- Quem?
- Você ainda pergunta?!
- Em algum garoto?
- Não... na Katy. - respondi sarcástica. Nick virou-se para mim e riu.
- Se ela é mais interessante do que eu....
- Claro Nicholas... Ela é linda, gostosa, bacana, engraçada, pra eu ter a decisão final falta saber como ela é na cama.... - atuei.
- Então vocês já se beijaram?
- Sim - sorri cínica.
- Ela beija bem?
- Tá interessado? Pede pra ficar com ela... ah, mas ela não vai te querer. Ela é boa demais pra você. - provoquei.
- E você se acha é boa demais pra mim?
- Tenho que pensar nisso... Prefiro você bobo. - disse o dando um beijo.
      Ele parou o beijo e moveu nossos corpos ficando sobre mim.
- Será que a Katy consegue te deixar assim? - sussurrou me beijando com fogo, um beijo doce e provocante... fiquei sem fôlego.
- N-Nick... - sussurrei rouca e totalmente ofegante. Ele não pausou o beijo. O empurrei e fiquei por cima dele.
- Pirou garoto?
- Só se for em você. - me disse puxando-me pra outro beijo com o mesmo ritmo do anterior. Consegui me soltar dele mesmo sem força e fôlego.
- Quem é o melhor agora? - sussurrou em meus lábios e me deu um selinho.
- Não... - respirei fundo - sei. Mas só por me deixar quase sem ar já ganhou pontos. - ri ofegante.
- Se você quiser mais...
- Me deixa respirar, pelo amor de Deus! - ele riu. Palhaço, se estivesse no meu lugar... - Acho que preciso de um copo da água.
      Na cozinha, tomei dois copos inteiros de água. Sem brincadeira. Ri um pouco da atitude do Nick.      
- E aí, se recuperou do batidão? - Nick perguntou sério, ri de canto.
- Engraçadinho...
- Vai fazer algo no sábado?
      Lembrei do museu científico com Andrew e livraria com a Avril.
- Por que? - questionei.
- Não vou falar. - fiz cara feia com a resposta dele.
- Sim, eu vou fazer algo. E tem duas pessoas na jogada. - falei me divertindo.
- Tudo bem então. Não vamos no sábado.
- Vai fazer o que? - perguntei curiosa.
- Em casa é que não vou ficar, querida.
- Hm... contanto que não fique com outra mulher além de mim, tudo bem.
- Aí eu já não posso prometer.
- Ah é? Vai se arrepender de ter dito isso.
- Não vejo motivos.
- Eu vou embora.
- Mas já? Não apelou comigo, né?
- Claro que não - fiz a cínica com um tom de voz agudo - e já são 19:00.
      Ele veio em minha direção querendo me abraçar e eu o empurrei.
- Vai começar? - indagou zangado.
- Tchau - disse dando um beijo em sua bochecha. - onde tá o Andrew?
- E eu que sei?
- Se não soubesse eu não perderia tempo perguntando e iria achá-lo por contra própria.
- Deve tá no quarto dele. Pra que isso te interessa?
- Quero falar com ele.
- Posso saber o quê?
- Não.
- Andrew! - chamei em voz alta docemente - Drew!
- Drew? Como? - Nick riu seco.
- Me chamou? - ele apareceu na porta da sala. Corri em sua direção e lhe dei um abraço.
- Só queria me despedir. - ri e lhe dei um beijo na bochecha.
- Tchau então - riu e logo sussurrou - e se tá querendo provocar o Nicholas, tá conseguindo.
     Ri.
- Bobo. - falei em alto tom.
      Nick estava sentado no sofá mexendo com os dedos. Fui em sua direção. Mordisquei sua orelha e sussurrei provocante um "tchau", ele me puxou pra um beijo rápido. Me virei e Andrew dava um sorriso enorme de palhaço de orelha á orelha.
- Que foi? Você não viu nada. - ri.
- Nada demais... Ah, e já vi cenas piores ou até barulhos mesmo barulhos medonhos. - ele riu.
- Andrew!!!! - Nick gritou nervoso.
- Hm... - eu ri. - Andrew você tem a gentileza de abrir a porta pra mim? - antes que ele assentisse, Nick se ofereceu. Dei um beijo no canto de boca em Andrew, que riu.
     
- Você pensa que eu não percebi, né? - Nick disse cínico com um sussurro.
- Eu fazendo ciúmes em você? E parece que consegui, né... - provoquei.
- Demi, Demi... - semicerrou os olhos para mim. - como diria o sábio Taylor: "Eu deveria te levar pra cama e te fazer gemer meu nome a noite inteira". Mas ainda tem tempo... e se cuida, porque se continuar com essas ceninhas - ele riu - vai ter que comprar uma cadeira de rodas.
- NoÇa, que ofenÇivo - falei com uma voz finíssima. - que comece o jogo, bebê.
      Nick me puxou para um beijo tipo "pedido de levar pra cama", sua língua molhada explorava a minha com desejo, a minha fazia o mesmo. Nossas línguas dançavam em um ritmo exótico. Excitante.
- Que comece o jogo... bebê. - sussurrou em meus lábios erguendo as duas sobrancelhas e dando ênfase na última palavra.
      Sorri pra ele, dei uma piscada e saí rebolando. Amo provocar desde: sempre. Nick, ah Nick, você não sabe com quem tá mexendo.
      NICK ON
      Demi não me conhece. Não ainda.... Que ela aproveite seu corpo sarado e gostoso enquanto ainda está erguido. Ha ha. Ai, como sou maléfico.

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